Abrimos a última semana da Copa já praticamente fazendo um balanço com os acontecimentos bacanas nos jogos e o que foi apresentado dentro de campo. E um desses pontos altos é o projeto tipográfico para os uniformes das seleções vestidas pela Nike. Ter fontes com boa estrutura e desenho é fundamental para a boa legibilidade do torcedor de arquibancada ou na TV. Respeitando esses argumentos e no objetivo de desbancar suas concorrentes, a fabricante americana chamou designers de respeito e especialistas no assunto, como Wim Crouwel, que assina o da seleção holandesa e Neville Brody, que desenvolveu o projeto do English Team.
Ao site Designboom, Stu McArthur, diretor de design da Nike Futebol declarou: “Nós projetamos fontes exclusivas para as melhores equipes da Nike como uma extensão dos elementos ‘orgulho’ de cada projeto kit”. “As fontes são criadas com um foco de ser culturalmente relevante, bem como desempenhando um papel na realização de design geral do kit.”
Carregar o orgulho pátrio e extrair elementos gráficos característicos foi a sustentação do briefing deste projeto multiforme, a seguir os conjuntos e o que cada um representa.
Seleção Holandesa
Wim Crouwel desenvolveu a família Case Crouwel, ressaltando bons momentos do futebol holandês, de caracteres geométricos e ângulos corretos. O resultado é o passado caminhando com a atualidade. A linha vazada por dentro de cada número dá um molho a mais no conceito setentista dos uniformes laranjas e uma sobriedade até de realeza, pois os kits holandeses são desta cor em alusão à família real. Curiosidade aqui é a possibilidade de fazer a junção do I com o J, como podemos ver do jogador Sneijder.
Seleção Brasileira
Elaborado por Bruno Big a família da seleção, nomeada Fundição Brasil, se inspira na arte de rua, tão presente na realidade das nossas grandes cidades. Tem traços bem pitorescos, com corpo de caracteres médio e curvas leves, muito bem acabados.
Seleção Inglesa
A Case Brody dessas todas apesar do corpo ser forte é a mais macia em seus traços arredondados e uma das mais agradáveis de serem lidas. É novamente o caso do clássico caminhando junto do contemporâneo, o risco horizontal faz alusão às marcas de stêncil.
Seleção Portuguesa
Sim, acredite, esse conjunto de fontes se chama Ronaldo, e é conceituado em antigas famílias tipográficas usadas em sinalizações em Portugal. Outra fonte que constitui o conceito do trabalho é uma nova visão sobre o lettering Art Deco. Sobre esta última questão, a discutir, pois a Art Deco não costuma ter traços como os dispostos para o time português.
Seleção Francesa
Nesta ocasião a Nike faz a sua versão da marcante Avant Garde, aqui acrescida da nomenclatura ITC. Foi um grande acerto da marca americana, porque a Avant Garde é praticamente uma instituição, um patrimônio francês, sendo ela e outras vertentes usadas em diversos momentos na História local. Fora que é uma das fontes mais sóbrias e bonitas, perfeita para esse tipo de aplicação.
Seleção Americana
A denominada Rex Force é de corpo geométrico, moderno, mas bem simplificado, remetendo aos caracteres comumente utilizados por equipes de outros esportes americanos. Foi uma forma de agregar união e atrair os torcedores para apoiar a esquadra estado-unidense. Essa família lembra ligeiramente uma pegada mais militar.
0 comments